Você sabia que muitas vezes o intestino é chamado de ‘segundo cérebro’? Pois ele é responsável pela detecção de nutrientes e produção de diversos neurotransmissores e hormônios que enviam sinais ao próprio cérebro e a outros órgãos do corpo.
O intestino é um dos maiores órgãos do corpo humano e é dividido em duas partes principais: intestino delgado e intestino grosso. No intestino grosso encontra-se a maior parte das bactérias intestinais que realizam a fermentação bacteriana, então além de ingerir nutrientes é preciso garantir a saúde intestinal para o melhor aproveitamentos destes alimentos.
Na flora intestinal existem por volta de 100 trilhões de micro-organismos, tornando-se fundamental a garantia do equilíbrio entre bactérias benéficas (boas) e patogênicas (ruins). Esse desequilíbrio é chamado de ‘disbiose’. A manutenção da integridade da mucosa intestinal é um fator chave para a saúde, é essencial manter bactérias benéficas em maior quantidade que as ruins, pois a flora intestinal está relacionada ao sistema imunológico, diminuem a imunidade, tornando o sistema mais vulnerável a infecções, desordens autoimunes (quando os anticorpos “atacam” o próprio organismo) como alergias, lúpus, doença celíaca e outras condições imunológicas.
Obesos apresentam menor diversidade de bactérias boas em sua flora intestinal, além de maior proporção de dois tipos de bactérias que influenciam o desenvolvimento da obesidade, pois elas aumentam a capacidade de extrair energia a partir de alimentos, favorecem o aumento da passagem de gorduras pelo intestino para o sangue, o que leva ao estado inflamatório da obesidade, comparando com indivíduos saudáveis. Estudos recentes apontam que o desequilíbrio na flora intestinal pode auxiliar no desenvolvimento dessa e de inúmeras outras patologias, incluindo o Diabetes. Se as bactérias estão em equilíbrio correto, algumas substâncias e hormônios atuam no hipotálamo ativando mecanismos responsáveis pelo aumento da saciedade e diminuição da ingestão alimentar, melhorando a resposta glicêmica (glicêmica) e insulinêmica (insulina) e diminuindo a inflamação do organismo, comumente presente em obesos e portadores de Diabetes tipo 2.
Manter o intestino saudável também pode auxiliar na digestão de lactose de indivíduos intolerantes, pois a produção da enzima lactase que é responsável pela digestão da lactose, acontece no intestino e bactérias probióticas fermentam parte da lactose, reduzindo assim os sintomas.
A constipação intestinal traz impactos negativos na qualidade de vida dos indivíduos, e tem seu diagnóstico definido pelos critérios de Roma IV, que são:
- Devem ser incluir dois ou mais dos seguintes:
- Esforço para evacuar em mais de 25% das evacuações.
- Fezes endurecidas (tipo 1 e 2 na escala de Bristol*) em mais de 25% das evacuações.
- Sensação de evacuação incompleta em mais de 25% das evacuações.
- Sensação de obstrução anorretal e bloqueio em mais de 25% das evacuações.
- Manobras manuais facilitadoras em mais de 25% das evacuações.
- Menos de 3 evacuações espontâneas por semana.
- Fezes macias raramente estão presentes sem o uso de laxantes.
- Critérios insuficientes para o diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável.
*Critérios durante os últimos 3 meses com início dos sintomas pelo menos 6 meses antes de diagnóstico
ESCALA DE BRISTOL
* é uma escala médica destinada a classificar a forma das fezes humanas em sete categorias.
Ideal: Tipo 4
Portanto, é sempre muito importante manter seu intestino em dia com uma alimentação saudável rica em fibras (falaremos disso num próximo post), e consultar sempre um nutricionista capacitado para um atendimento individualizado.